quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Golpe mortal

Falta luz na minha cidade toda vez que você não passa.
E não tem prédio que se segure em pé.
Criança alguma evita o choro, cachorro algum evita latir, o pedreiro não para de quebrar a calçada.
Pelo contrário, é sempre de muito barulho a sua ausência.
Mas isso na rua, com os outros, porque em mim é tudo oco.
As borboletas todas hibernam toda vez que você não passa.
E meu coração vai desacelerando, à medida que não te vê.
Mas quando você não não fala comigo e torna a não falar,
Eu vou quase morrendo, de pouquinho em pouquinho,
nos espaços entre os seus silêncios.

Um comentário:

George Luis disse...

Que triste ...
Que bonito ...
Magnífico!