terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sobre atingir a maioridade.

E o que eu pensava estar tão distante, aconteceu: Atingi a maioridade! Agora eu posso ser preso, agora eu não só posso -como devo- votar, dirigir, entrar em boates, comprar bebidas alcoólicas e tabaco. Enfim, posso me entregar a libertinagem e aos demais prazeres mundanos.
Mas o que me traz aqui não é a confissão de que a partir de agora serei uma nova pessoa, transformada. Não vou me tornar versão 2.0 de mim mesmo, totalmente mudada e diferente. O que me traz aqui é a surpresa de que assim, de repente, atingi a maioridade.
Quando era mais novo, ouvia os adultos falarem para aproveitar a infância, que era a melhor fase da vida, a mais tranquila e sem preocupações. Eu, como todo criança que almeja ficar velha logo, imaginava – e dizia – que isso na verdade era só uma jogada deles de tentar fazer com que nós dessemos alguma importância a essa fase, que para mim, era tão sem graça. Legal era trabalhar, estudar, namorar, sair pra onde quiser e tudo mais que se vê os mais velhos fazendo. Tolice!
A gente torce para ser velho logo, e quando a velhice vem chegando, torcemos pra roda da vida girar ao contrário e voltar a tal da infância de novo. A gente reconhece que bom mesmo era o não fazer nada da pequenice, o pique, a ingenuidade, a roda, as cantigas... a besteira na verdade era uma delícia, e passamos a reconhecer isso só depois que perdemos.
Mas como toda fase, há de se ter coisas boas em se atingir a maioridade. E agora me despeço de vocês, enquanto ainda é tempo. Hoje, dia 28, durmo um menino. Amanhã, dia 29, acordo um homem.