No princípio era ela. E todas as coisas dela vieram.
A água que lhe escorria pela face enchia o mundo. A ponta de seus dedos esculpiam os relevos, as rochas e as relvas. Seu sopro fazia crescer tudo que tinha vida. Não havia palavra que não saísse de sua boca.
Na medida que ria, dava brilho ao sol. No oposto, era a lua que se iluminava. Porque tudo nela era claro. Era de luz até sua escuridão.
Segundo o dicionário, revolutear é: 1. Agitar-se em vários sentidos. Também aparece como sinônimo de adejar, que significa: 1. Dar vôos curtos e repetidos sem direção certa. Ou seja, a primeira espero que se torne o lema do blog. Palpitações em vários sentidos ou assuntos. A segunda, espero que seja a frequência de postagens e o enredo delas. Sem papas na língua, espero esvoaçar nas palavras com canetas que manchem!
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
sábado, 11 de setembro de 2010
Carta para o quase amor
Escrevo esta carta para registrar todos os encontros que nunca tivemos. Escrevo para me lembrar de todas as luas que não pudemos olhar. Meu quase amor, que você não se esqueça de todos os convites que eu não lhe fiz e que não esqueça também as desculpas que nunca precisou dar.
Escrevo pra eternizar as noites que planejamos ficar acordados sem nos importar com quantos dias seriam precisos para compensá-las. Ah! Escrevo por todas as sessões de cinema que não perdemos, por todos os teatros que não fomos e por todos os dramas que não choramos. Escrevo também pelos filmes de terror que você não chegou mais perto. Aliás, escrevo por todas as vezes que você não chegou mais perto, seja por falta minha ou tua.
Não posso esquecer de citar todas as brigas que não pudemos ter tido e todas as voltas que só as essas brigas poderiam proporcionar. Escrevo por todas as mãos que não se entrelaçaram. Escrevo por todas as vezes que os olhares não se perderam dentro das tantas vidas que vivem neles. Quantas vidas cabem no seu olhar? Ainda não descobri, mas escrevo por todas elas também.
Escrevo pelo sol que não pôde iluminar com mais força nossa pele e por todo pássaro que não poderá fazer coral para nossa passagem. Escrevo por todos os caminhos que não poderão sentir os meus passos tão desalinhados ao lado dos teus.
Escrevo a você, que chamo de quase para não afirmar a ausência, sem pudores. Escrevo para deixar gravado tudo que não pudemos viver, por falta minha ou tua, isso já não importa.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Isso também passa
É tudo sem importância.
As coisas todas!
Me entristeço
Pensando nisso
Quase tudo
Não vale o esforço
É pequeno demais
Para a vida
Não vale a raiva
Nem o rancor
Não vale a mágoa
Nem a dor
O que vale disso tudo
E sobra mesmo no final
É o amor que se tem
muito mais que o carnal
As coisas todas!
Me entristeço
Pensando nisso
Quase tudo
Não vale o esforço
É pequeno demais
Para a vida
Não vale a raiva
Nem o rancor
Não vale a mágoa
Nem a dor
O que vale disso tudo
E sobra mesmo no final
É o amor que se tem
muito mais que o carnal
sábado, 4 de setembro de 2010
Agora não mais
Um dia fui quem você procurou.
O primeiro da sua lista de contato,
Aquele que te vinha a cabeça antes de qualquer coisa.
Um dia fui quem você sonhou.
O cara que chega de cima do cavalo branco.
Aquele com que cada beijo é sempre o primeiro.
Um dia fui o que você quis.
O seu ator preferido.
A sua canção preferida.
O seu preferidamente melhor.
Um dia fui e hoje sou lembrança,
Sou pergaminho na história da tua vida.
Tudo que eu fui não tem mais importância,
Você nem lembra mais de mim.
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