Nunca fui da turma dos que queriam pouco. Meu problema sempre foi querer demais. Querer mais do que cinco dedos são capazes de pegar, mais do que as duas mãos juntas conseguem agarrar. Nunca desejei menos, nunca quis pouco. Sempre padeci de excessos.
Até na dúvida, escolho no exagero. Quase não me lembro de alguma vez em que não tive escolha. É melhor ter que escolher entre alguma coisa, do que não ter o que escolher. Isso sim é pior. Escolher entre o nada e o coisa alguma me soa angustiante. Sempre padeci de excessos. Sou um inveterado da quantidade.