quinta-feira, 31 de julho de 2008

Mas eu só acredito... vendo! (II)

E da sessão fotos que dispensam totalmente os comentários, aí vão algumas:

Essa gente que rouba marmita não tem mesmo a menor educação...

Apoiado!

Reencontro de velhos amigos...

Cheque pré-datado pra daqui a 2 meses no valor de R$2,80 pra pagar um 'Hot Dog do Jão'

Lula realizando um sonho de criança

quinta-feira, 24 de julho de 2008

A mesquinharia de cada um

Hoje eu não vim aqui fazer ninguém rir de nada. Eu não vim aqui querendo que você saia alegre, sem levar nada. Hoje eu quero escrever pra desabafar. É triste, mas, tô me achando meio babaca. Babaca mesmo, literal e metaforicamente falando.
Fui na casa de uma amiga, num bairro nobre aqui do Rio de Janeiro. Atrasado como de costume, peguei o ônibus errado e ele me deixou uns 3 quarteirões atrás de onde eu teria que saltar. Fui andando, apressado, tentando evitar o inevitável atraso, que já marcava uma hora no meu relógio. Aliás, no relógio do celular.
Foi que de repente eu avistei, sentada no elevado de uma loja que já tinha fechado, uma senhora. Uma velhinha, lá pelos seus setenta anos, com um pano na cabeça, cobrindo seus também envelhecidos cabelos. Abaixada, tinha um copo de plástico no seu colo e umas moedas na mão. Parecia ser cega, não deu pra reparar. Ela passava a mão naquelas poucas moedas coloridas, como se aquilo ali lhe pagasse a dignidade. Devia ter a idade da minha avó. Mas a minha avó não é assim. A minha avó faz aula de tudo. Anda sempre ocupada. E ela, não devia fazer nada. Devia ficar ali, naquele mesmo lugar o dia todo, esperando por aquelas poucas moedas todos os dias.
Eu fiz as contas, e ela já viveu pelo menos 5 vezes mais do que eu. E mesmo assim ela estava ali, parada, na rua, esperando aquelas moedas. Isso não é certo. Quem tinha que estar lá era eu, não ela. Se ela pudesse, ela estaria como a minha avó. Mas ela não pode. Ela viveu 5 vezes mais do que eu, mas e daí? Quem é ela para mundo?
Eu queria ter parado ali e escutado a vida dela. Eu queria ter parado ali e ter mostrado pra ela que eu a vejo. Ou mesmo ter pego as incontáveis moedas que ganhei de troco do ônibus e ter dado a ela. Mas eu não pude. Meu celular tocando, a pressão do relógio, eu segui. E seguindo, fiz como todo mundo. Como se os meus problemas fossem alguma coisa perto do dela.
Cheguei na casa da minha amiga e ela não me saiu da cabeça. Ela não deve ter nem um amigo pra ligar. Não deve ter ninguém que ria com ela, que chore por ela, que se preocupe com ela...
Já faz uma semana que isso aconteceu e muita coisa já aconteceu desde então. Mas ela, aposto que ainda está lá, com o pano na cabeça, contando um punhado de moedinhas.