domingo, 24 de agosto de 2008

Sem titulo.

Quem gosta de escrever costuma ter dificuldade em alguma coisa. Uns tem pra começar, outros pra terminar. Tem ainda os que não elaboram um bom enredo, deixam-se perder no meio, já outros escrevem pouco demais ou muito demais. Pois bem, o meu problema é com título. Se você que me lê tivesse noção do quanto isso é difícil pra mim, não esboçaria essa cara.
Acho que esse meu problema com título vem associado ao meu problema com síntese. Resumir coisas é sempre difícil pra mim. E é isso que se faz num título, resume-se a história em uma frase marcante.
Por isso, esse post vai se chamar sem título. E um dia, quando a astúcia permitir, faço um post sem conteúdo também.

Selado.

O Blog tem 9 meses de vida, e nesse tempo, já ganhou algumas condecorações. A mais recente delas é o selo 'Blog Consciente', que me foi passado pelo Diálogos a Sós.
Muito engrandece o Blog - e o ego do autor -, então, agradeço a todos que não só me repassam selos, mas principalmente aqueles que vem aqui, leem o que eu digo e pensam sobre. Ah, claro! Aos que comentam, também um agradecimento especial. O Blog só é o que é, graças a vocês. Cada um de vocês!
E como manda a tradição, devo repassar. E o selo vai para:

Falando um monte! & Reticências

sábado, 9 de agosto de 2008

George Denis Patrick Carlin

É engraçado essa capacidade que a gente tem de sentir alguma coisa por alguma coisa que nem conhecemos. [ perdoe a redundância ]
Saudade de um lugar que nunca foi, de uma pessoa que nunca conheceu e por aí vai.
Tempos desse me descobri assim, saudoso, de um cara que nem conheci. Uma ajuda da Wikipedia pra explicar pra vocês quem é ele:
George Denis Patrick Carlin (Nova Iorque, 12 de maio de 1937 — 22 de junho de 2008) foi um comediante, ator e autor norte-americano, pioneiro, com Lenny Bruce, no humor de crítica social. A sua mais polémica rotina chamava-se "Sete Palavras que não se podem dizer em Televisão", o que lhe causou, durante os anos setenta, vários dissabores, acabando preso em inúmeras vezes que levou o texto a palco.
Até meados da década de 1960, Carlin manteve uma imagem tradicional, com fato e cabelo curto. Depois, ao escrever novo ato, decidiu deixar crescer o cabelo e a barba, tornando-se um ícone da contracultura. Crítico acérrimo das religiões, ateu convicto, principalmente do sentido da culpa e do controle social, defendia valores seculares.
Aplaudido por vários colegas, como Lewis Black, tido como seu sucessor, George Carlin chegou ainda a participar em vários filmes e séries de TV. Dublou ainda filmes de animação, como Carros e outros.
Morreu em um hospital de Los Angeles de parada cardíaca, depois de, nos últimos 20 anos, ter passado já por um enfarte e duas cirurgias ao coração. Sobrevive-lhe a sua segunda mulher e sua filha.
Eu costumo admirar as pessoas pelo que elas levam dentro de si. Não tem nada mais fascinante do que gente com conteúdo, com conhecimento e com humor. George Carlin morreu, mas não se foi só. Deixou um punhado de admiradores pelo mundo que nunca, mesmo, terão a oportunidade de conversar com ele.
Nota: Menos uma pessoa bacana no mundo. Porque Deus não leva quem não presta?

domingo, 3 de agosto de 2008

Mundo zipado

Porque nem sempre o que importa é o que a gente vê, as vezes o que vale é o conteúdo.



( Mais figuras, clique nessa frase )

Burro, quem?



a internet está criando uma geração burra?

como pode deixar burro uma coisa que te dá possibilidades? que dá escolhas? que obriga a fazer escolhas?

mas hein?

sim, a nossa sociedade está ficando a cada dia mais burra. não vamos discutir o que é óbvio. mas é por causa da internet? do computador? da tecnologia? do iphone? duvido muito. a internet é só um espaço em que se pode disponibilizar informações. há informações falsas? sim. mas sempre houve, fora dela. sempre haverá. há bobagens e propaganda enganosa. como há fora da internet. como há na televisão e nos jornais e em toda a grande mídia de um modo geral.

a diferença é que na internet você pode escolher.

estão fazendo as escolhas erradas? não duvido. depois de anos aprendendo a assisir às maiores futilidades na televisão, por que esperar que vão procurar ensaios críticos sobre proust na internet? se ninguém se deu ao trabalho de desligar a televisão para, digamos, ler um livro sobre física nuclear, por que esperar que essa gente vá à internet pesquisar sobre a biodiversidade no congo?

claro que não. essa gente vai à internet para assistir a bobagens no youtube, porque é isso que aprenderam com a televisão. vão escrever scraps no orkut do amigo, porque a internet sempre vai ser espelho do que existe fora dela. vão ficar em redes sociais. não fosse a internet, estariam assistindo à MTV (eu diria que a MTV parece ficar a cada dia mais estúpida, mas concluí que ela não fala mais para a minha geração, então eu não seria mais capaz de compreendê-la).

não se lê? claro que não. mas tenho certeza que lêem mais do que antes da internet. ou, ainda: quem lê mal na internet não leria coisa nenhuma se não fosse a internet.

como, então, culpar a burrice da sociedade moderna por uma ferramenta que permite a escolha? não é a internet que dita a escolha. a culpa não é da internet. é da escolha. é do que determina as escolhas. mais que isso: o problema é justamente que as pessoas ainda não são capazes de se livrar do clichê da escolha comum e descobrir o quanto existe por trás dos vídeos do youtube ou da pesquisa rasa na wikipedia.

e não? vão dizer: o google me deixou muito burro, não preciso saber mais nada, basta jogar ali na caixa de busca. mas que merda, hein? desde quando tenho a obrigação de decorar todos os nomes dos rios do estado do maranhão? ou o nome daquele ator, daquele filme? a gente aprende na escola que saber é decorar e reproduzir na prova, e isso é uma estupidez sem tamanho. isso serve pra escola. isso não serve pra vida.

como poderia ser ruim uma ferramenta — que seja o google — que te dá a possibilidade de se lembrar dessas informações menores? que tal ocupar a cabeça com qualquer atividade mais… sei lá, criativa? que tal usar a internet como ela pode ser usada?

internet é escolha. e nisso ela é diferente da televisão e de toda a grande mídia. na grande mídia o objetivo é quebrar as pernas da possibilidade de escolher. há esse e aquele canal, esse e aquele programa. mas estão quase todos ligados a uma noção de que se deve falar ao espectador “médio”. claro que há um jogo de interesses por trás disso, e nesse jogo de interesses melhor mesmo é emburrecer todo mundo. e por isso o que existe é o clichê.

e convenhamos, quem vocês pensam que está sendo acusado de burro por usar a internet?

o nosso querido espectador “médio”.

o que há na televisão se reproduz na internet. o que há em toda a grande mídia se reproduz na internet. mas a internet é infinitamente maior que isso. e a merda é que a grande massa não se dá conta disso. o computador com a internet vira mais um joguinho estúpido para passar o tempo e matar a hora de estudar. pelo menos estão clicando e escrevendo — feito macacos, mas –. o que não deixa de ser melhor do que passar o dia na frente da televisão. ou não?

Olivia Maia ( geração internet )