quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sobre comidas

Experimento porque gosto. Assim mesmo. Gosto antes mesmo de experimentar. Admiro quem se despe de qualquer pré-conceito e experimenta as coisas, quase como se desconhecesse sua origem. Acho curioso esse comportamento animalesco de ver a todos os seres – incluindo a nós – como potenciais presas.
Posso estar sendo um tanto antiquado, mas não gosto de comidas exóticas. Não como lula. Não como polvo. Não como testículo. Não como pato, ganso, carneiro e búfalo. Não como rã. Nem dizendo que tem gosto de frango. Não como cavalo-marinho. Aliás, não como nenhuma criatura que venha do mar.
Antes que me apontem o dedo, como carne bovina. Frango, vez ou outra. Mas não vou muito longe disso. Odeio jiló, mas nunca comi. E nem precisei experimentar para odiar.
Primeiro eu gosto, depois experimento. Não como para matar a fome. Como para assassinar vontades.

5 comentários:

Gabriela disse...

Ah, eu gostei, achei esse texto diferente de todos os outros, não teve falou de sentimentos profundos, e fez citações interessantes :) beijos

Marina disse...

Depois eu que sou a aSSaSSina nééé hahah

Unknown disse...

ahahhaha, você não sabe o que está perdendo na descoberta do 'novo' !!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
António Corvo disse...

Meu caro cronista, como sempre, aprecio muito seu jeito conciso de escrever. E gosto mesmo, embora, diferentemente da crônica, tenha que ter experimentado primeiro... Mas, como és jovem, ainda hei de ver-te mergulhado numa boa paella!!! Sem cavalos-marinhos, naturalmente...