Vivia qualquer coisa mais-ou-menos. Conhecia a metade da alegria, sentia a metade do afeto. Toda luz era meio escura. Até que um dia, ele mudou.
Notou que tinha uma placa diferente no caminho. Reparou que o bar tinha virado uma loja de suco e que a quitanda do Zé já não tinha o mesmo dono. Reparou que os meninos que faziam acrobacias para ganhar uns trocados nem lá mais frequentavam. Viu o céu mais azul, o sol mais amarelo e o verde invadia-lhe a vista como um ladrão que invade casas. A beleza das coisas invadia-lhe a vida. Onde ele andou esse tempo todo? Todo dia passava por ali, como pode não ter notado que o muro agora era azul? E porque agora ele reparava em tudo isso?
Alguma coisa acontecia, mas ele não sabia explicar.
Mas não precisa ser nenhum sábio
pra dizer o que se está passando.
É claro que esse homem,
só podia estar amando.
3 comentários:
Acho que parabenizar ou dizer aqui milhares de elogios não será nada mais que uma mera repetição. Mas estou impressionada com essa sua essencia romantica.
Adoreeei, antes de ler o final do texto eu fiquei pensando também no que podia estar acontecendo com o homem pra ele finalmente reparar em tudo, mas não descobri, e quando li a ''resposta'' dada, percebi que era muito óbvio. ADOREI ! Muito bom, PARABÉNS :)
Quanta melancolia junta .to, tá muito apaixonado mesmo.
ahahahaha
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