domingo, 6 de janeiro de 2008

A menina que plantava esperança

E como todo dia, ela colocava o cd que mais lhe agradava.
Deitou-se na cama e de lá podia ver a janela. Da janela ela via o céu e preenchia o aparente vazio do infinito com estrelas de esperança.
Aquele era seu quarto, sua janela... Logo, achava que aquele céu era dela também.
Com os olhos fechados agora, começou a lembrar de tudo que vivera até ali. Não era muita coisa, mas o pouco de vida que tinha, a faz pensar. Na véspera de seu aniversário de 18 anos, a menina pensava grande. Queria mudar o mundo, mas não sabia como. Começou pensando no que podia fazer no seu mundo, para afetar o mundo lá de fora.
Também na véspera de vestibular, a menina estava indecisa. Quer dizer, indecisa para seus pais, ou amigos, mas pra ela, não. Ela já sabia desde sempre o que queria fazer. Talvez só não tivesse consciência disso, mas dentro de si, ela sabia.
Menina da natureza, com uma presença inexplicável, ela transformava o lugar aonde estava num ambiente de paz.
Enquanto todo mundo resolvia falar inglês, ela aprendia japonês. Enquanto todas as meninas compravam sapatos de salto alto caríssimos, ela comprava sandália rasteirinha de couro. Não que lhe faltasse dinheiro. Faltava-lhe era ambição...
Mesmo tendo um coração do tamanho do mundo, a menina às vezes não era compreendida. Seu pai queria Engenharia, achava que Oceanografia não colocava o pão na mesa. Sua mãe queria que fosse feliz!
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A menina agora já era uma universitária. Passou no Vestibular de maneira exemplar e já está quase acabando a faculdade. Sua família entendeu sua opção e ela seguia cada vez mais feliz. Sua mente era povoada de pensamentos revolucionários. Queria mudar o mundo, sempre quis, mas não sabia como. Não se achava muito importante por só economizar água e energia elétrica. Ela queria mais!
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A menina havia crescido. Independente, arrumou emprego logo que saiu da faculdade e foi morar sozinha. Agora, alguns anos depois, ocupava um cargo importante nessa grande instituição. Agora, a menina-mulher sentia que podia mudar o mundo. Aliada a idéia de um professor seu de faculdade, ela desenvolveu um projeto que conseguia transformar água salgada em água potável, por um preço baixo e num curto período de tempo.
Seu projeto rodou o mundo e a menina foi reconhecida internacionalmente. Ganhou o Nobel de ciência e sua vida nunca mais foi a mesma.
E aos poucos a menina viu que plantar esperança no céu não foi tempo perdido. Ela havia conseguido mudar o mundo!

2 comentários:

Anônimo disse...

profundo!

Unknown disse...

Nossa estou mesmo muito tempo sem vir aqui! gosteei muito, concordo com felipe profundo,bonito!

beeeijão ;*