segunda-feira, 21 de março de 2011

Rascunho

Quando tomo um papel e uma caneta,
logo me vem o desejo de escrever poemas.
Não sei escrever as coisas planejadas,
fui dispensado da reunião dos que sabem demais.

Acredito que exista um lugar onde as palavras convivem, umas com as outras, até ficarem bem velhas e gastas e forem postas numa dessas gramáticas ilustradas para assustar estudantes. Palavra também fica triste e chora, chora, em cada ponto final.

Escrevo poemas como quem busca tirar a pedra do contorno da escultura.
Não tenho como pretensão imortalizar palavra nenhuma.
Aliás, não escrevo poemas nem com a pretensão de que assim o sejam.
Escrever com a alma é desapegar-se do que se pretende. Mas é assim mesmo que eu gosto.
Há um charme inexplicável para o que existe além das linhas.

E dirão que esse texto não tem sentido e perguntarão o que deu em mim.
Nem tudo existe para fazer sentido, responderei. Nem mesmo eu.  

4 comentários:

António Corvo disse...

"Há um charme inexplicável para o que existe além das linhas"

Muito bom isso...

António Corvo disse...

"Há um charme inexplicável para o que existe além das linhas".

Muito bom...

Luiz disse...

Domorou... mas valeu a espera ótimo texto como sempre.

Luiz disse...

Demorouu... mas a espera valeu a pena, ótimo texto como sempre.