sábado, 16 de outubro de 2010

Sagrado ofício

Escrever é meu dogma. Sempre foi. Escrevo para me exorcizar. Fazer um texto é meu altar. As palavras são meus santos, que eu coloco ordenadamente no lugar. Rezo para cada uma delas. Cada qual tem seus caprichos, não posso trocá-las umas pelas outras. São Miguel não casa ninguém. Santo Antônio não tinha cachorro. Não são todos iguais. Assim como elas.
Escrever é exercício de fé. Cada palavra exige sua própria oração.

8 comentários:

Unknown disse...

Uma total confissão, caiu como uma luva para você!

RODRIGO BARROS disse...

Alguns como os médicos, nasceram para cuidar da saúde.
Outros surgiram para "tratar" da segurança pública.
Tem também os que vieram ao mundo para cuidar da educação. Mas nada substitui aqueles que trabalham com a alma como os escritores que eternizam as palavras.
Yke Leon é ainda mais!
Classificaria você, até por conhecê-lo bem, como um Arquiteto das Palavras, sempre com um "projeto" visando a melhoria da sociedade.
E até mesmo nas críticas que faz, sempre buscando o desenvolvimento daqueles considerados, "sem teto".
Continue assim, caro amigo, e um dia você e tantos outros mestres da palavra conseguirão o que querem: Transformar as coisas e as pessoas através das palavras! PARABÉNS!

Gabriela Chaves disse...

Esse dai descreve completamente você, gostei !

George Luis disse...

Só podemos dizer Amém.

Unknown disse...

'Yke Leon é ainda mais!
Classificaria você, até por conhecê-lo bem, como um Arquiteto das Palavras, sempre com um "projeto" visando a melhoria da sociedade. ' Quantos elogios a esse ego (enorme) ahahhahaha, mais ele falou tudo que lhe cabe, concordo sem hesitar! =)

Beto Passeri disse...

Não concordo muito com a ideia transmitida pelo texto não, meu caro, mas devo admitir que ele é bom. É que essa estória de altar, oração e fé para as palavras não me soa muito bem. Tenho o maior respeito pelo ato de escrever e também acho que as palavras me exorcizam, mas eu odeio mitificar as coisas e eu venho trabalhando para puxar para baixo do pedestal os poetas, como você pôde perceber na minha última postagem.
Em todo caso, parabéns por mais um texto bem escrito e com pegada.
Abraço!
www.betopasseri.blogspot.com (marketing ensinado por você)

Yke Leon disse...

Não entendi. Não entendi o porque dessa revolta.
Você está cometendo o mesmo erro daqueles que dizem que o socialismo quer puxar todo mundo para baixo. Não é assim.
Eu nunca vi nenhum poeta subir em pedestal e dizer que é melhor do que ninguém. Não é porque escrevemos de coisas imateriais que nos sentimos criaturas imateriais.
Os que escrevem interpretam o mundo pelas suas letras. Os que desenham o fazem pelas linhas e cores. Cada qual tem seu barco e navega pelos seus próprios rios.
Não entendi o que você pretendeu. Dizer que aquele que lê e interpreta é tão poeta quanto o que escreve é válido. (teoria de Paulo Leminski, aliás.)
Mas falar desta maneira irônica, depreciativa, como se minimizasse o ofício, não concordo. Quando eu me refiro a escrever como 'Sagrado Ofício', o faço não só porque esta é a origem de 'sacrifício', como também porque é atividade valiosa para quem o faz. Não estou falando que a escrita é sagrada para a sociedade e por isso merece endeusamento, mas sim, estou dizendo que para mim, que optei por isso, escrever é sacerdócio. Para mim, que optei por isso, escrever me bota de joelho e me abaixa a cabeça. Só isso. Para mim.
Acho interessante dizer da multiperspectivação que um mesmo texto/poema/figura pode ter, mas daí a dizer que os poetas/escritores se sentem no alto de pedestais me soa pré-conceituoso e superficial.
Yke Leon,
www.revolutear.com

Beto Passeri disse...

"Aos que por aqui passarem no futuro: Beto Passeri e Yke Leon mantiveram-se amigo depois deste episódio. Nem o primeiro quis ser revoltado, nem o segundo. Mal entendidos acontecem e essa foi a prova viva do que o Passeri escreveu. Ele, quis dizer uma coisa, já o outro, entendeu outra. E aí, gerou este pseudo-clima de discussão. Não se preocupem! Não precisam pintar suas caras. Não precisam sair as ruas vestidos com a cor do partido. Na eleição da vida, ainda somos da mesma chapa. Não tomem partido, não somos rivais."